sábado, março 31, 2007

Imagem Virtual


Pinga lá fora...
fecho os olhos.
ouço surdo o martelar tempestuoso
desse Chopin que encanta teclas
que não toco.
elas tocam sozinhas
num tempo deslocado e vejo
a imagem cortada do que não é.
é, não é, não sei, sei,
sei pelo menos que a imagem
é pelo menos...
imaginação e contudo...
imagem tão real quanto
este doce e triste pranto
que toco
nestas teclas surdas
que apenas...
lês.

Texto: Zé (MMI)

quinta-feira, março 29, 2007

Sê a minha música


Sê a minha musica
Sê a minha melodia
Deixa-me escrever-te por notas
E cantar-te com magia

Pois flutuas por ai
Pelas arcadas harmoniosas
Chegas-me aos ouvidos e sussuras
Palavras deliciosas

Como a brisa, vens
Iluminas apenas com um sorriso
Deixas um leve sopro para trás
E a lembrança aqui fica.

Por isso mereces ser a minha canção
E que te cante com a melodia
Que transmites na tua magia
Vinda directa do coração
.
.
Texto: Claudia Silva (Bolinho Chocolate)
Imagem: António Delicado

quarta-feira, março 28, 2007

Todas as noites


Todas as noites sei-te deslizando silenciosa até à minha porta. Adivinho-te pelas sombras que se escapam por debaixo da porta. Sombra. Ou uma parte de ti. A tua sombra só existe ali se tu ali existires. A tua sombra. É um retrato teu, em tons de negro, desenhado pela luz que tu não queres. Em todas as noites. Em todos esses instantes fico imóvel. Mal respiro. A ansiedade prende-me cada musculo do meu corpo. Prende o meu olhar no puxador. Desesperadamente tão morto como as minhas pernas. Tento escutar. Tento ver com os ouvidos o que não vejo com os olhos. Mas pela porta só passa um silêncio. O teu silêncio. E o teu silêncio é o poema que me dizes. Mas o silêncio é um poema, escrito com as palavras que no nosso peito desesperam por ser ditas, despojado das palavras que não conseguimos dizer.
.
.
Texto: Meu Querido Amigo Luis (Giraluas), que hoje está de PARABÉNS

terça-feira, março 27, 2007

Pai


Tu pai,
que tão mau foste na vida,
vê agora o teu final.
De que serviu o mal que nos fizeste?
De que serviu tanto vinho que bebeste,
que se transformava em nódoas negras no corpo da minha mãe?
Tu pai,
que devias, amor em nós ter construido para agora te apoiares,
que encontras no teu fim, e em nós,
quando tens como adversário algo mais forte do que tu,
que te mina e te destroi?
Só a nossa piedade, só a nossa compaixão, só o nosso lamento.
Talvez a ti isso te baste, pai.
Talvez até não sintas remorsos, nem nunca tenhas sentido.
Mas há o medo, pai.
O medo de te apagares, da tua vida terminar.
Oh, pai!
Jamais eu pensaria por ti vir a chorar,
mas é triste ver-te assim desta maneira acabar.
.
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Texto: Amanda Zora

segunda-feira, março 26, 2007

Ponto de partida


Era uma estação igual a muitas outras onde as pessoas se atropelam na urgência de chegar a lugar algum...
Talvez fosse o único sem pressa, sem destino, apenas com um bilhete para o esquecimento, em busca de um futuro sem passado...
Fiquei no olhar perdido, no desejo contido, à espera do adeus merecido e final, nos painéis as informações que não li, o meu comboio não vinha à hora, também tu não chegarias para a despedida...
Tentei absorver a luz daquele dia, as cores com que a alma pinta os caminhos que a mente escolhe, talvez na utopia da vontade ultrapassada pela evidência.
Os factos esvaziam a paixão e tudo se torna demasiado real para que os sonhos repousem no meu peito.
De repente, vislumbrei imagens soltas..., deixei-as da mesma forma que o passado...
Pelos caminhos quentes desta estrada sem sombra, o sol toldou-me o olhar e perdi-te algures num desvio sem sinal....
Fui apenas um cometa que por aqui passou, muito barulho, poeira e luz mas que com o tempo se esquece, tornei-me maior do que sou porque as minhas palavras encerravam o meu desejo de ser, porque transportavam a voz da minha alma....
Tal como um vidro vulgar reflecte o sol duma forma mágica, assim eu me tornei por instantes até uma nuvem passar e a realidade assumir a sua função...
Parto sem rumo, todos os horizontes se aceitam, todas as missões são possíveis, todos os sonhos são legítimos.
Ficam as memórias de um tempo sem tempo, de um espaço onde o sol e as estrelas coexistiram em harmonia perfeita, de uma história por inventar.
Deixo-te no silêncio de um adeus, de um beijo roubado pela saudade que não sinto...

Texto: José Carlos
Foto: Isabel Gomes da Silva

domingo, março 25, 2007

Lua Vazia



Numa noite escura e fria
Surgia bem de mansinho
Um luar que acolhia
O coração mais carente.
Era a lua a exaltar
o brilho do seu olhar
que ofuscou meus pensamentos
Uma noite de magia
a lua estava vazia
como pode acontecer?
Perdida na imensidão
dou-lhe um sorriso calado,
e agora já conformada
com a minha solidão
penso na lua vazia
que mesmo sem alegria
nunca deixa de brilhar
Texto: Mia
Foto: retirada pesquisa google

Estou só



Estou só, na noite escura e sombria,
Onde as horas e os seus amantes minutos, passam devagar,
Para com os seus gemidos de amor me castigar,
Ai!...se eu tivesse a lua que noutra noites me sorria!

Estou só, sinto-me diferente, mas não doente,
Agora sei o sabor de perder de ser preterido,
Por algo que no escuro eu já tinha vivido,
Já não sinto entusiasmo, estou dormente.

Estou só, e isso faz me pensar sombriamente,
Faz-me rever a minha vida o meu passado,
Faz me perceber como fui tão mal amado,
Faz por momentos pensar no fim...destemperadamente!

Estou só, e tudo me levou esta noite maldita,
Levou-me a perfeição a minha grande ilusão,
Levou-me o teu amor, mas deixou-me a tua ingratidão,
Eu estou só, e tu, estás algures numa noite bendita?!





Texto: Do amigo César
Foto: ¿ Desïgns
www.olhares.com

sábado, março 24, 2007

O meu "poema"


Olhos para ver!
Boca para saborear!
Ouvidos para ouvir!
Maõs para dar!
Ver o que nos rodeia,
Saborear o que nos agrada,
Ouvir o som do mar,
Dar o que temos e somos
Mas, mal vai aquele que não vê,
que não saboreia,
que não ouve e que não dá
Ver é ver longe,
Saborear é com todos os sentidos,
Ouvir com atenção e silêncio
Dar é dar com amor
para dar sentido à vida.



Do meu novo amigo Toni
Foto: Kalila Pinto
www.olhares.com

sexta-feira, março 23, 2007

E quando ...


E quando teus negros olhos, embriagados de desejos,
criam asas e ganham distâncias
só para me provocar
E teus intensos sorrisos, chispas coloridas,
viajam por trilhas marítimas
só para me encontrar
E quando tuas insistentes mãos
navegam por mares
até no cais dos meus anseios aportar
E descobre a minha tela em branco
que espera as cores do teu querer
só para me revelar
E quando o lume da tua alma
Rompe as barreiras do espaço-tempo
incendeia a minha e o corpo só para amar
São sonhos , sortilégios e simbiose
Outra dimensão, vôos e ilusão
Afeto, reencontro e devoção
.
.
Texto e foto da grande artista: Claúdia Perotti
Um dos quadros, da sua enorme colecção.
Dancer - Acrilico sobre tela

quinta-feira, março 22, 2007

Eco de uma voz


Palavras que não encontro;
Sentimentos que procuro;
Sonhos perdidos, ou sonhos distantes?
Algo me persegue…
- silencioso, terno, paciente -
Algo me deseja…
O quê? Quem?
Alguém que como eu espera,
Sem ser esperado;
Alguém que como eu procura,
Sem ser encontrado.
Busca constante,
Busca insaciável…
O desespero de uma resposta;
A impaciência de um alguém.
É assim que me encontro:
Num mar agitado e turbulento…
Não sei se estás algures nestas ondas,
ou mesmo,
Se estás algures no meu mar.
07/05/1996
In o grito para um alguém
.
.
Da minha nova amiga: Eva Luna
Foto: GSteve
www.photo.net.com

quarta-feira, março 21, 2007

A criança dentro de nós


Olhar para o espelho
Olhar nos olhos
Chegar ao fundo da alma
Encontrar, talvez, uma calma

Chegar ao fundo do espírito
Encontrar a única verdade do mundo
Tudo através de um simples olhar
Simplesmente profundo

É descobrir a criança
Dona de uns olhos tão puros
Encontrar uma confiança
Frutos de actos inocentes

Porque assim o é, naturalmente
Chegarmos ao nosso Eu verdadeiro
Conquistar tudo apenas com a vontade
De quem anseia decifrar a realidade



Da minha querida filhota Claudia Silva (Bolinho Chocolate)
Foto: Kim Ramalho
www.olhares.com

terça-feira, março 20, 2007

As Mãos



Mãos que tecem vidas,
Calejadas ou macias,
Sedosas ou com feridas,
Que retratam experiências vividas.

Mãos que acariciam,
Que gesticulam sentimentos,
E de certa forma nos aliviam,
Em bons e maus momentos.

Mãos que amam e que sofrem,
Deixando gravadas na nossa memória,
Certas cicatrizes que nunca morrem,
E que testemunham a nossa história.


Escrito por: Minha querida amiga Paula Costa
Foto: Isabel Gomes Silva
www.olhares.com

Mágoa


Porque é que me magoas
Sim gostava de saber
Parece que com o gozo que dás
Para ti é só prazer

Pois para mim não é
Era o que te queria dizer
Antes queria ser morto
Do que gozado sem querer

Ao fitar o teu olhar
Não sei o que em mim acontece
Fico cheio de alegria
Meu corpo rejuvenesce

O teu olhar puro e simples
São sinónimos de paixão
Porque te amo meu amor
Amo-te de todo o coração
.
Autor: Amigo Manel (joaninha)
Foto: Mário Silva

segunda-feira, março 19, 2007

Sabor a Rosa


Donde vêm tuas dores
Amor?
Porque tanto sentes,
quanto vês e interrogas?
Que dança é essa que te move...
e de encontro ao tempo
te renova a força
com que
contemplas...tudo?
Donde te vem a tua cor?
Eu sei...
São as tuas rugas
Flor...


Texto: Meu querido amigo Zé (MMI)
Foto: Irina No
www.photo.net

domingo, março 18, 2007

Por onde andas sonho meu?

Agarro o tempo, prendo-o no peito,
como se te tivesse sempre aqui.
Sinto o teu perfume na pele, na alma e
invento o teu corpo nesta loucura feita
de desejo e paixão.
Não esqueças o meu toque, o meu sabor,
o olhar com que te prometia o mundo no
arrebatamento de quem tudo realiza...
Carrego as noites estreladas,
as cascatas de prazer
a saliva com que selamos as promessas
de uma vida sem prazo...
E, na quietude das tardes amenas, de mãos dadas
percorremos o presente e inventamos amanhãs
luminosos em beijos quentes...
E no abraço em que te envolvo a magia em que
congelo as horas e as perpetuo em emoções doces...
No teu olhar vejo as respostas que o coração colocou
em alvoradas solitárias...
Por onde andas sonho meu?

Escreveu: Amigo José Carlos

Foto: Fátima Joaquim

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