domingo, abril 15, 2007

Acção horrenda

Dava eu o meu ser, tão livremente,
No asseio, no enfeite sem contenda:
Dava o suor que ofereci alegremente,
Quando triste recebi, acção horrenda.
Era a festa popular da nossa gente,
Num salão que humanitário vos prenda,
Quando a alegria, os sorrisos docemente,
Feneceram deparando acção horrenda:
Sobre mim caiu um dirigente (!’)
Que um grupo ali nos deu à cena:
Um amante da agressão, nisso exigente,
Deste amigo brutamontes tive pena!
Provocava p’ra agressão, fisicamente;
Por prazer inconsciente de armar tenda.
Gesticulava o animal que ódio sente,
Eu amansando procurava dar-lhe emenda.
Se não houvesse em mim calma aparente,
E fácil fosse em mim se abrir a fenda:
Andaríamos os dois raivosamente,
Enleados como cães... que acção horrenda!
.
Texto: José Faria (Zé Maiato)
Imagem: Ana J Ribeiro
www.olhares.com

Sem comentários: